Brain Rot: como encontrar equilíbrio em um mundo cada vez mais digital?


Nunca estivemos tão conectados. E nunca consumidos tanto conteúdo, especialmente nas redes sociais. Como se não bastasse, a maioria destes conteúdos é superficial, banal e, por vezes, tóxica. Não à toa, a palavra do ano de 2024 – eleita pelo dicionário Oxford – foi brain rot ou "podridão cerebral".

E ela se refere justamente à deterioração mental e intelectual causada pelo consumo incessante desse tipo de conteúdo. O aumento de 230% no uso do termo (entre 2023 e 2024) sinaliza um despertar coletivo para os riscos de uma vida virtual cada vez mais intensa. Mas o que podemos fazer de diferente em 2025 para reverter esse quadro?
Antes de pensarmos juntos na solução, vamos conhecer melhor as consequências do brain rot?

  • Redução do foco: a exposição excessiva à mídia digital compromete a capacidade de concentração, dificultando a realização de tarefas que exigem atenção sustentada.

  • Diminuição do pensamento crítico: o consumo constante de conteúdos superficiais desgasta habilidades de pensamento profundo e analítico.

  • Aumento da ansiedade e do estresse: o ritmo acelerado da vida digital sobrecarrega o sistema nervoso, intensificando o estresse e a ansiedade.

  • Fadiga emocional: a sobrecarga de informações e a preocupação com privacidade podem levar à exaustão emocional, resultando em apatia e dificuldade para processar emoções.

  • Isolamento social: o consumo passivo e pesado de conteúdo online pode aumentar a sensação de solidão, apesar da hiperconectividade.

O grande desafio é criar uma rotina em que os mundos virtuais e reais convivam em harmonia. Não é fácil, mas é possível. E aqui vão alguns caminhos para chegarmos lá:

Faça uma dieta mental

Assim como na alimentação o indicado é consumir 80% das calorias de alimentos nutritivos e naturais e 20% de pouco nutritivos e/ou ultraprocessados, no consumo digital a gente dedicaria 80% do tempo de tela a conteúdos que agreguem valor, como artigos educativos e documentários, e 20% para entretenimento leve, como memes e vídeos virais.

Limite o tempo de tela

Estabelecer limites claros para o uso da tecnologia pode prevenir que ela domine a nossa vida. Experimente aplicativos que monitorem e limitem o tempo gasto em redes sociais, e reserve as três horas que antecedem a hora de dormir a atividades relaxantes (sem telas), o que vai contribuir e muito para o seu sono.

Estabeleça momentos off

Defina horários específicos para se desconectar. Por exemplo: estabeleça que o dia começa com meditação, leitura, música. Mas jamais com o celular, redes sociais, emails. Nas refeições, nada de telas. Tenho ao menos um momento por dia de interação real com o seus familiares, sem a "hipnose" promovida por games ou redes sociais.

Cross-Training cognitivo

Seu cérebro precisa de desafios variados, de atividades que estimulem diferentes habilidades cognitivas. Então, depois de ficar um tempo nos Stories e Reels, que tal ler um artigo mais aprofundado sobre um tema do seu interesse? Aliás, já chamou seu filho essa semana para jogar algo desafiador e divertido, fora das telas?

Essas estratégias, quando implementadas de forma consistente, podem ajudar a mitigar os efeitos do brain rot e promover uma vida digital mais saudável e equilibrada. Quer saber mais sobre o tema, aqui vão algumas sugestões: